
Foto Mouna Moura
Quem se dirige ao aeroporto de Brasília, pelo eixo rodoviário Sul, vê duas “placas” de cores singulares, próximo ao viaduto localizado no cruzamento daquela via com a Avenida das Nações. Elas alertam para a altura máxima permitida aos veículos. Essas placas estão suportadas por postes feitos com pontaletes. Tem-se a impressão que podem cair a qualquer momento pela ação do vento ou outro agente, dada a sua fragilidade. Embora seja preocupante a circulação de veículos com mais de 4,40 metros, há a preocupação com os demais veículos que trafegam. Elas diferem da sinalização na cor, forma, tipologia do texto e localização, o que, por certo, põe em dúvida sua credibilidade enquanto sinalização. Esse caso é emblemático da situação geral da sinalização urbana do Distrito Federal. Cada um sinaliza onde e como quer.
O projeto da sinalização da cidade foi elaborado e implantada na década de 70, portanto, há quarenta anos. O que na época era inovador hoje se apresenta desatualizado, depredado e ausente em toda a área urbana.
A sinalização indicativa, locativa e direcional toma maior relevância no Distrito Federal dada sua condição diferenciada de endereçamento e de morfologia. Os próprios moradores da cidade têm dificuldade em se orientar. Os visitantes ficam, na maior parte das vezes, totalmente perdidos. Some-se a isto a quase total ausência de sinalização em diversas áreas. Nas cidades satélites há precariedade na sinalização indicativa dos setores, quadras e conjuntos.
Quem vai a São Paulo de carro, ainda que não conheça a cidade é capaz de lá dirigir com facilidade em razão da eficiente sinalização disponível. Recentemente o prefeito de São Paulo fez retirar toda a poluição visual causada pela propaganda deixando a cidade com aspecto de limpeza e facilitando a visualização da sinalização urbana.
A revisão do antigo projeto de sinalização urbana de Brasília seria de grande valia para todos, habitantes e turistas. A renovação da sinalização e de orientação urbana se enquadra nos objetivos de valorização e melhoria das condições de funcionamento dos espaços coletivos, constituindo assim uma importante componente dos programas de estruturação urbanística.
As soluções para a sinalização urbana poderiam priorizar, entre outros os seguintes itens:
- reforço dos sistemas espaciais e funcionais existentes, como a rede de equipamentos e os sistemas de espaços coletivos; - soluções simples, facilmente apreensíveis, e, simultaneamente, de qualidade relevante, que permitam a leitura global do sistema funcional, e a leitura seqüencial dos seus principais componentes. - soluções com capacidade significante que permitam a construção de "fatores de memória", nomeadamente no que respeita à "forma" da rede urbana, estrutura do aglomerado e localização de cada uma das suas "partes" constitutivas. - privilegiar a trafego de pedestres, entre outros aspectos igualmente relevantes.