quarta-feira, 26 de agosto de 2009

É hora de rever a sinalização urbana de Brasília


Foto Mouna Moura

Quem se dirige ao aeroporto de Brasília, pelo eixo rodoviário Sul, vê duas “placas” de cores singulares, próximo ao viaduto localizado no cruzamento daquela via com a Avenida das Nações. Elas alertam para a altura máxima permitida aos veículos. Essas placas estão suportadas por postes feitos com pontaletes. Tem-se a impressão que podem cair a qualquer momento pela ação do vento ou outro agente, dada a sua fragilidade. Embora seja preocupante a circulação de veículos com mais de 4,40 metros, há a preocupação com os demais veículos que trafegam. Elas diferem da sinalização na cor, forma, tipologia do texto e localização, o que, por certo, põe em dúvida sua credibilidade enquanto sinalização. Esse caso é emblemático da situação geral da sinalização urbana do Distrito Federal. Cada um sinaliza onde e como quer.

O projeto da sinalização da cidade foi elaborado e implantada na década de 70, portanto, há quarenta anos. O que na época era inovador hoje se apresenta desatualizado, depredado e ausente em toda a área urbana.

A sinalização indicativa, locativa e direcional toma maior relevância no Distrito Federal dada sua condição diferenciada de endereçamento e de morfologia. Os próprios moradores da cidade têm dificuldade em se orientar. Os visitantes ficam, na maior parte das vezes, totalmente perdidos. Some-se a isto a quase total ausência de sinalização em diversas áreas. Nas cidades satélites há precariedade na sinalização indicativa dos setores, quadras e conjuntos.

Quem vai a São Paulo de carro, ainda que não conheça a cidade é capaz de lá dirigir com facilidade em razão da eficiente sinalização disponível. Recentemente o prefeito de São Paulo fez retirar toda a poluição visual causada pela propaganda deixando a cidade com aspecto de limpeza e facilitando a visualização da sinalização urbana.
A revisão do antigo projeto de sinalização urbana de Brasília seria de grande valia para todos, habitantes e turistas. A renovação da sinalização e de orientação urbana se enquadra nos objetivos de valorização e melhoria das condições de funcionamento dos espaços coletivos, constituindo assim uma importante componente dos programas de estruturação urbanística.

As soluções para a sinalização urbana poderiam priorizar, entre outros os seguintes itens:
- reforço dos sistemas espaciais e funcionais existentes, como a rede de equipamentos e os sistemas de espaços coletivos; - soluções simples, facilmente apreensíveis, e, simultaneamente, de qualidade relevante, que permitam a leitura global do sistema funcional, e a leitura seqüencial dos seus principais componentes. - soluções com capacidade significante que permitam a construção de "fatores de memória", nomeadamente no que respeita à "forma" da rede urbana, estrutura do aglomerado e localização de cada uma das suas "partes" constitutivas. - privilegiar a trafego de pedestres, entre outros aspectos igualmente relevantes.