terça-feira, 22 de junho de 2010
Transporte Público e Credibilidade
Metrô Curitiba - por Cecilia Lucchese
Na última segunda-feira, 21 de Junho, foi noticiado pela televisão que os donos das empresas de ônibus requeriam um aumento de mais de 28% nas passagens de ônibus coletivos para ter os recursos necessários a conceder o aumento de 20% solicitado pelos rodoviários em greve. O Governador em exercício de inicio teria negado qualquer aumento para depois dizer que iria avaliar as planilhas de custos.
Estudo realizado pelo Secretario Municipal de Trânsito e Transporte de Uberlândia, em Janeiro de 2009, Eng. Paulo Sergio Ferreira dava conta de que os custos com pessoal correspondiam a 40,81% do total de gastos com transporte urbano de passageiros.
Comparados os dois casos, ressalvadas as especificidades dos dois sistemas de transportes, de Uberlândia e do Distrito Federal, poderíamos dizer que o aumento requerido pelos rodoviários teria um impacto em torno de oito por cento sobre as passagens (baseado nos cálculos seguintes: 20%X40,81% = 8,162%). Isto significa que se o Governo aumentasse as passagens nesse percentual – 8,162% - já daria para atender as reivindicações dos rodoviários.
Não se nota manifestações firmes dos donos de empresas contra a greve, como seria de se esperar, afinal eles é que pagariam o aumento. Ao contrario, os empresários cobram aumento da passagem ao Poder Executivo, esperando ficar com a maior parte. O Governo por sua vez, procura se eximir dizendo que o problema é das empresas. Nesse jogo de empurra a população é quem sofre porque depende de ônibus, um serviço público oferecido em regime de concessão.
O transporte público não está cumprindo sua função. O metrô tem poucos carros e anda apinhado. O Governo poderia aumentar o quantitativo de carros do metrô. Ao contrário, constrói corredores para os ônibus, enquanto o povo é obrigado a usar lotação. Coerente seria licitar as linhas de ônibus anualmente pelo menor preço. Mas o Governo age como se as licitações não se aplicassem ao transporte público, prefere negociar as passagens.
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