Pioneiros e antigos moradores de Brasília costumavam ir à noite até a fonte luminosa que existia abaixo da Torre de TV para apreciar o espetáculo de luz, volume e sons da fonte. Programa constante até o final dos anos 70. Nesta época a fonte foi removida para dar lugar aos viadutos que ligam a AsaSul à Asa Norte. A obra foi levada para o Parque da Cidade. Lá funcionou por pouco tempo. Hoje a estrutura não tem condições de funcionamento.
Foram várias as tentativas de transformar a Torre de TV em opção de turismo. No entanto, o que se observa é que a maioria dos habituais frequentadores da Feira da Torre é residente em Brasília. É a população local que vê ali oportunidade de lazer com a variada oferta de produtos nas mais de seiscentas barracas.
Várias propostas de revitalização foram apresentadas. A Administração da Feira já tentou fazer com que ela funcionasse durante toda a semana. A última proposta, de autoria dos arquitetos João Filgueiras Lima e Maria Elisa Costa, filha do arquiteto Lúcio Costa, foi apresentada no final do Governo Roria. Pouco se sabe daquele projeto, que serviria de abrigo a quem cruzasse o Eixo Monumental.
Seria interesssante que a revitalização da Feira da Torre partisse de alguns pressupostos: capacitação dos artesãos, oferta de recursos financeiros e gerenciais aos feirante, além de oferta de conforto e edificação de uma obra adequada a este tipo de atividade. Alguns produtos comercializados na feira poderiam ser melhorados com treinamento adequado dos artesãos. O Sebrae tem designers aptos a orientar a produção. A Secretaria de Trabalho dispõe dos meios para ofertar os recursos gerenciais aos feirantes. O Diagnóstico do Setor Artesanato do Distrito Federal, elaborado pelo Sebrae em 2005 identificou bom nível de escolaridade dos artesãos da Torre o que facilita a elaboração de cursos de alto nível.
O Governo do Distrito Federal divulgou a oferta de 12 milhões de reais a serem emprestados a autônomos, micro e pequenos empresários. Os juros cobrados são menores que os de mercado e os empréstimos prevêem carências de 6 meses para início do pagamento. Cinquenta por cento dos feirantes tem carência de capital de giro. Neste caso a sugestão é buscar organizações de mercado para proceder a divulgação do benefício e a concessão do crédito.
Para torná-la um loca de turismo, a Feira da Torre poderia conter um palco e uma arena onde os artistas locais pudessem se apresentar com conforto para a platéia. Também seriam desejáveis espaços para outras manifestações artísticas como pintura, escultura, gravura etc. Assim como Curitiba tem o seu Teatro Ópera de Arame, Brasília poderia ter a Feira da Torre em um Palácio de Cristal, ali onde estiveram as fontes luminosas e sonoras.
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