sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Palácio do Planalto faz dinheiro com água servida



O Palácio do Planalto, sem alarde, montou um modelo de redução do consumo de água com significativa economia de custos. A iniciativa da administração do prédio representa uma economia de cerca de R$ 300.000,00 anuais, e reduz cerca de 70% da demanda de água fornecida pela CAESB.
O processo iniciou-se com a coleta da água da chuva na cobertura do edifício e no espelho d’água existente em frente ao Palácio. No passo seguinte, trocaram-se as bacias sanitárias, de consumo elevado, por bacias com demanda de 6 litros de água para cada descarga. Importante ressaltar que o consumo de água pelas bacias sanitárias, conforme estudos de IPT – Instituto Tecnológico de Pesquisas pode chegar a 54% do consumo de uma residência. Em prédios de escritório este percentual costuma ser maior. O terceiro passo foi instalar uma estação de tratamento para recuperar as águas oriundas de lavatórios, de chuveiros e das chuvas.
A pequena estação de tratamento permite obter água potável com índice de turbidez menor que 1. O índice aceitável é 5. Entretanto, as águas resultantes desse processamento destinam-se a utilização em bacias sanitárias, lavagem de pisos, lavagem de veículos e outras utilizações que não impliquem em contato direto com as pessoas. Os efluentes das bacias sanitárias e das pias são encaminhados diretamente à rede coletora de esgotos.
Esta prática repercute diretamente no meio-ambiente. Ao reduzir a demanda por água trazida de longe, tratada por processos químicos e bombeada até o prédio, reduz-se o consumo de energia e os impactos da retirada da água de uma bacia, ação que a vazão dos rios em prejuízo das populações ribeirinhas. Reduzir o consumo de água representa reduzir o volume de esgotos a serem tratados e lançados nos lagos e rios.
A coleta das águas da chuva com fins de aproveitamento em usos menos nobres reduz o risco de alagamento das vias por reter parte substancial dessas águas que seriam escoadas pelas canalizações de rua. Ficamos sempre sensibilizados com as cenas de inundação de casas, fatos que se repetem todos os anos.
A iniciativa do Palácio de Planalto tem caráter exemplar. Trata-se de algo simples como na historia do “ovo de Colombo”, que, uma vez visto todos acham que seriam capazes de concebê-lo. Como modelo inovador de tratamento e aproveitamento de águas a todo o país. A natureza, com certeza, agradeceria.

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