quinta-feira, 17 de setembro de 2009
“VEM PRÁ VIDA VEM VIVER”
A cada dia aumenta a consciência da necessidade de inclusão de uma parcela significativa da população: aqueles que são portadores de necessidades especiais. Os editais de concurso público, por exemplo, reservam-lhes uma parcela das vagas. As Universidades Federais também destinam parte das vagas nos cursos para garantir sua inclusão social. As empresas são obrigadas a contratar parte de seus trabalhadores entre aqueles que até um tempo atrás eram preteridos.
Há um esforço da sociedade para que essa parcela da população que soma aproximadamente dez por cento do total, tenha oportunidade de se realizar como pessoa e contribuir para o desenvolvimento do país como qualquer outro cidadão. Entretanto, ainda são identificadas algumas áreas que teimam em não se adaptarem para facilitar a vida destas pessoas. Um dos casos é o transporte público em que os veículos não são adaptados para permitir o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção.
O governo atual do DF divulgou que dez por cento da frota de ônibus seria adaptada para permitir o acesso dos portadores de necessidades especiais. Convenhamos que este percentual citado representa quase nada para o universo existente nesta qualificação. É difícil para as pessoas que se movem sem dificuldade chegar ao trabalho, à escola ou ao lazer utilizando o transporte público. O metrô e os ônibus rodam abarrotados e, em geral, esses últimos não têm regularidade. Imaginemos uma pessoa em cadeira de rodas tentando chegar ao trabalho e tendo que esperar que passe um ônibus com o mecanismo de acessibilidade. Essa pessoa dificilmente chegará a tempo no trabalho, na escola ou em alguma outra atividade.
A dificuldade se repete quando essa pessoa tenta circular pela cidade. São barreiras de toda ordem: falta de rampas, escadas construídas nas calçadas, excessos de mobiliário público. Placas, lixeiras, postes, avisos, etc, concorrem com o usuário das calçadas. Quando esse usuário adentra a uma loja, restaurante, escola, academia, casa de espetáculo ele se depara com a total inadequação para sua mobilidade naquele ambiente. Variações de pisos, escadas, espaços exíguos de circulação e anteparos de difícil superação. Os banheiros dependem sempre de escada.
Como se vê nem tudo é indiferença. Há pessoas que se importam e se mobilizam para apoiar e ajudar a superar essas limitações. É o caso da organização “VEM PRA VIDA VEM VIVER” de iniciativa de Ronald de Carvalho. Ela tem por objetivo proporcionar diversão e entretenimento às pessoas com deficiência. A proposta é permitir seu acesso a bares, restaurantes, cinemas, boates, teatros e casas de shows. A proposta é simples como toda boa idéia. Os proprietários de estabelecimentos serão convidados a adequar seus espaços e atendimentos para facilitar o acesso, além de divulgar essa acessibilidade no site www.vempravidavemviver.com.br. O site será inaugurado no próximo 1º de outubro e pretende divulgar esses estabelecimentos entre as pessoas com necessidades especiais. Considero a iniciativa da maior importância para Brasília, um sinal de evolução nas relações entre seus moradores.
Agradeço a Lina e Natacha, duas empenhadas no assunto, pela informação.
Um comentário:
Realmente fica bem complicado imaginar um portador de deficiência usando o transporte público do DF.
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