trams em St. Petersburg.
Moscou, a capital da Rússia, é tida como uma cidade dotada de transporte público excelente, em quantidade e qualidade, comparável ao de outras capitais européias tidas como referência. Por esse motivo causou espanto uma recente reportagem na televisão, mostrando extensos engarrafamentos na capital russa.
O engarrafamento mostrado em Moscou seria uma decorrência da abertura da economia do país e da importação de veículos. A reportagem verificou que o tempo médio de viagem de casa para o trabalho e vice-versa é de 3 horas e meia (sic). Ao mesmo tempo em que as câmeras mostravam as filas intermináveis de carros parados na via, cada qual transportando um motorista exasperado, mostrava também ônibus de qualidade circulando vazios.
Tal constatação contradiz o entendimento corrente entre os especialistas de que um bom sistema de transporte público levaria os motoristas a optarem por deixar seus carros em casa. A partir desse exemplo, pode-se afirmar que somente investir em transporte coletivo não reduz a poluição nas cidades, os engarrafamentos e o stress no trânsito.
Algumas cidades vêm impondo restrições à circulação de veículos individuais nos centros de maior afluxo como forma de melhorar a qualidade de vida. Dois modelos se sobressaem aos demais: o primeiro institui um pedágio para aqueles que acessam determinada área. Este modelo é adotado em Londres, Cingapura, Oslo e outras grandes cidades. Tem por propósito, reduzir a circulação de veículos na área definida e também financiar as soluções de transporte na cidade. Os resultados colhidos têm sido alvissareiros o que levou a população londrina a apoiá-lo. Verificou-se aumento da velocidade dos veículos em circulação, redução das emissões de gazes poluentes, aumento da utilização de táxis, de motocicletas e bicicletas e redução dos atrasos causados por engarrafamentos.
Outro modelo é o de rodízio, adotado, por exemplo, em São Paulo e na Cidade do México para reduzir a poluição do ar. Em São Paulo, implantado pelo Governo do Estado, funcionava de maio a setembro. Era a “Operação Rodízio”. Posteriormente a Prefeitura instituiu o programa “Horário de Pico”, que restringiu a circulação de automóveis pela manhã e pela tarde, limitou a circulação de caminhões na área delimitada como “Mini-anel Viário”. Esse modelo reduziu a poluição, mas com o tempo, com o aumento da frota, mostrou-se pouco efetivo.
A solução proposta para o transporte público em Brasília foi chamado de intermodal por contemplar o metrô, veiculo leve sobre trilhos e ônibus. Mas a sua racionalização não irá, por si só, resolver o problema dos engarrafamentos, que a cada dia se tornam mais e mais complexos. Tampouco a construção de garagens no centro resolverá o problema, ao contrario irá agravá-lo.
A volta do transporte funcional e a instituição do transporte escolar foram sugestões apresentadas aqui nesta coluna em edições anteriores. Outras propostas deverão surgir para permitir que circulemos de forma menos onerosa, mais confortável e civilizada. O meio ambiente agradece.
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