segunda-feira, 15 de março de 2010
Pesquisa intui frescor nas cidades
As casas e os prédios comerciais podem ser naturalmente mais frescos e confortáveis mesmo nos dias quentes? Sim. É o que depreende do artigo do Professor Gustavo Macedo de Mello Baptista sob o titulo Ilhas Urbanas de Calor publicado na revista Scientific American Brasil – Aula Aberta nº 2. Ele analisa variações das temperaturas nas áreas urbanas e busca estabelecer a correlação das variações com a redução da cobertura vegetal. Para tanto, utilizou de imagens do Satélite Landsat, obtidas em maio de 1984 e junho de 2001.
Este estudo pioneiro para a cidade permite algumas reflexões: a) as edificações podem melhorar seu conforto interno evitando materiais que tenham índices de absorção de calor elevados; b) as construções devem ser mais ventiladas e melhor protegidas da incidência direta dos raios solares; c) os espaços urbanos terão maior conforto e menores temperaturas se o índice de cobertura vegetal for o mais próximo do natural.
O Professor apresenta os elementos para a formação de ilhas de calor na malha urbana. Primeiramente ele se refere ao padrão de refletividade. Resumidamente a refletividade, medida pelo índice albedo, dá conta da quantidade de calor que é refletida ou absorvida por um corpo, seja ele um edifício ou uma pavimentação. O segundo elemento é a cobertura vegetal. Quanto maior a cobertura vegetal menor será o aumento de temperatura.
O sensoriamento remoto de ilhas de calor já havia sido objeto de estudos, inclusive, pela professora Magda Lombardo. Ela estabeleceu uma leitura da estratificação térmica horizontal na cidade de São Paulo. Seu estudo permitiu verificar que enquanto a temperatura no centro era de 33°C, ali perto em áreas de mata, na Serra da Cantareira, era de 23°C.
Cabe a nós cuidar para que as novas áreas urbanas se pareçam mais arborizadas como o Plano Piloto e menos com as cidades tradicionais desprovidas de vegetação.
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