terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cine Drive-in é Patrimônio Cultural



Desde 2007 o Cine Drive-in, localizado no Autódromo Nelson Piquet, funciona precariamente, sem contrato com quem quer que seja. Inicialmente o Drive-in tinha arrendamento próprio. Quando o autódromo foi arrendado ao Nelson Piquet, este fez acordo com a proprietária e tal arranjo se manteve até meados de 2007. Com a ruptura do contrato de arrendamento com Piquet, o Drive-in ficou no limbo administrativo. Até a pintura da tela precisa de autorização da Secretaria de Esportes. Mas esta Secretaria não tem manifestado qualquer entusiasmo com a manutenção e melhoria do Drive–in.

Aquele cinema é um dos últimos do Brasil. Tem 15 mil metros quadrados de pátio asfaltado, o que permite estacionar até 500 automóveis. Inicialmente o som vinha de equipamentos colocados ao lado de cada vaga, hoje o som é transmitido em FM e captado pelo rádio do veiculo.

O cinema conta com lanchonete e o atendimento é feito no próprio automóvel. Basta ligar a lanterna do carro e o garçom se apresenta para receber o pedido. Hot-dogs, pipocas, mistos quentes e outros, regados a sucos, refrigerantes, cervejas e até vinhos (para os que não estão dirigindo). A área conta com vigilantes que garantem a segurança dos freqüentadores.

O grande apelo é que se pode ir ao cinema, que tem a maior tela conhecida – 312 metros quadrados – sem ter que se arrumar. Pode-se levar a família, cachorros e gatos e fazer do evento uma festa. Pode-se ir para namorar, ter privacidade. Também para ver o filme naquele telão único.

A postergação da licitação que regularize a situação do Drive–in é incompreensível e inaceitável. Não deixa de ser uma atitude ilegal conforme prescreve a Lei 8112 que responsabiliza civil e criminalmente aquele que pratica a omissão e gera prejuízo ao erário público.

É incompreensível ainda, que o Drive–in permaneça vinculado à Secretaria de Esportes. Trata-se de atividade cultural e para tanto o mais adequado seria sua gestão pela Secretaria de Cultura onde as pessoas saberiam da importância de sua manutenção.

Ao final fica o temor de que essa continua postergação do processo licitatório e a insistência em manter irregular a ocupação das áreas do autódromo podem ser formas de devagarzinho gerar um fato consumado de entrega da área à especulação imobiliária. Até imagino o anúncio: “GDF construirá alojamentos para o conjunto Olímpico”. Credo! São tantos os casos que já acreditamos que o diabo, o tinhoso, o cheiroso, o chifudo, o demo é quem governa os destino dos DF.

3 comentários:

MARCIA OYO disse...

Muito legal o texto sobre o Cine Drive in...
Que bom seria resgatarmos esse espaço cultural brasiliense!!! Parabéns ao Blog que sempre levanta questões relevantes para repensar e discutir Brasília. Será que é uma das maiores telas do mundo? vamos verificar?

Natacha disse...

Eu vou de vez em quando ao Drive-in e recomendo. Levo as crianças e nos revezamos no banco da frente. Na sessão infantil eles ficam na frente comendo batatinha, suco etc. Na sessão adulta (não pode ser muuuito adulta pra não causar problema) eles ficam brincando no banco de trás enquanto eu e meu marido assistimos o filme. Poder comer à vontade é uma das vantagesn do drive-in. Você pede a comida de dentro do carro e tem gente que faz até festa de aniversário lá, com bolo e tudo, durante o filme ou antes dele. Ou seja, tem-se liberdade sem que isso incomode o vizinho. Pra afastar o mal olhado que se abateu sobre o DF sugiro uma sessão dupla de "O exorcista" de William Friedkin. Notícias de hoje indicam que o STF também andou exorcisando uns fantasmas antigos.

JanaFerreira disse...

Muito bom o artigo, vamos pressionar o próx. Governo do DF para cuidar deste espaço!! E de vários outros citados também aqui neste Blog!