sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Cultura também Exige Ficha Limpa


O novo Governo do Distrito Federal, que assumirá no dia 1º de Janeiro próximo, afirmou seu propósito de somente admitir em seus quadros pessoas de ficha limpa. Promessa justa como resposta ao sentimento geral de indignação da população do Distrito Federal frente à corrupção revelada nos últimos tempos pelas várias denúncias e pelas imagens de deterioração da conduta dos agentes públicos.


Os brasilienses costumavam dizer que os corruptos que freqüentavam o Congresso Nacional vinham de fora, que a cidade era imune a tal prática. Depois de vivenciarmos a cassação ou renúncia de três senadores locais, além da prisão do ex-governador do DF, já não se pode afirmar tal coisa. A corrupção no DF foi objeto de ampla publicidade pela mídia, inclusive nacional.

Os últimos escândalos são os destinos dos recursos públicos resultantes de emendas parlamentares. Os servidores do Legislativo e do Executivo são impedidos de obter recursos do Governo via emendas. Recentemente uma servidora do Senado obteve a aprovação de 4,3 milhões de reais em emendas para uma entidade dirigida por ela. Essa servidora ainda conseguiu compor o júri da Câmara Legislativa do Distrito Federal neste Festival de Cinema de Brasília mesmo depois de ser denunciada publicamente.

Juntamente com seu grupo, aquela servidora, tem se imposto como representante dos produtores de cinema e vídeo de Brasília junto ao GDF. O resultado tem sido a exclusão de realizadores (que não comungam com suas práticas) na obtenção dos recursos do Fundo de Amparo à Cultura (FAC).

Esse grupo, tendo perdido o comando da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV), entidade com mais de trinta anos de historia, criou às pressas a Associação Brasiliense de Produtores de Audiovisual (ABPA) para se fazer representar junto às diversas instancias governamentais. Garantir a política de ficha limpa é também evitar que interesses escusos se imponham à ação governamental.

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