terça-feira, 2 de novembro de 2010
Pássaros e Cigarras
Enquanto durou a seca as cigarras deixaram de nos brindar com seu som característico. No inicio da Primavera, no final de setembro, não agüentando mais a espera, algumas poucas enfrentaram a terra endurecida pela seca e deram as caras. Com o inicio das chuvas elas apareceram. Apareceram mas não parece que no mesmo número daqueles anos em quem as chuvas se iniciam em meados de setembro. A título de especulação cogito que o menor número – também uma especulação – resulte da luta contra o solo ressequido.
As cigarras são parte importante do ecossistema e parte da cadeia alimentar de vários pássaros. As cigarras não contêm compostos nocivos aos predadores e possuem poucos comportamentos anti-predação. Seus principais predadores são as aves, os répteis, pequenos mamíferos e artrópodes (aranhas entre outros).
Estudo feito por Camila Aoki e Frederico Santos Lopes com o título: Padrões de Emergência e Mortalidade em Quesada Gigas (Hemíptera: Cicadídae) em Área Urbana, localizado no campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul concluiu que as causas de mortalidade das cigarras naquele espaço físico são a predação com índice de 69%, a senescência (velhice) com 29% e outras causas naturais com 6%.
Os números de mortalidade por predação mostram a importância das cigarras na cadeia alimentar. Lá os principais predadores são o Sabiá - Poca (turdus amaurochalinus, Sabiá-laranjeira (turdus rufiventris), João-de-barro (furnarius rufus), Anu-branco (guira) e o Anu-preto (crotophaga ani)
Em verdade não encontrei estudos relativos às cigarras e sua importância para os pássaros no Distrito Federal. Entretanto, levando em conta os estudos acima e o elevado número de pássaros na área urbana de Brasília é de se supor que os nossos pássaros se alimentem das cigarras assim como os de outras localidades. Aqueles que gostam da companhia dos pássaros devem aprender a conviver também com as cigarras
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